Igualdade de género em Portugal

Em vésperas do Dia Internacional da Mulher, o movimento Social Watchdivulga o Índice de Igualdade de Género de 2012.

Portugal, com um total de 77 pontos,  está acima da média europeia (73 pontos), mas encontra-se entre os países com classificação “baixo”, longe do desempenho de congéneres europeus como Noruega (89), Finlândia (88) ou Islândia (87). Países como Suécia, Dinamarca, Nova Zelândia e Espanha (acima dos 80 pontos), estão no nível “médio”. Os três países europeus com maior fosso de género são Malta, Albânia e Turquia.

O índice realizado anualmente pelo Social Watch mede o fosso entre mulheres e homens em três áreas: educação, empowerment político e participação económica. Na educação, por exemplo, avalia a desigualdade de géneros face ao número de matrículas em todos os níveis de ensino; na participação económica calcula a proporção do fosso entre homens e mulheres em termos salariais e de emprego; e no empowerment político verifica a diferença entre  mulheres e homens na detenção de cargos altamente qualificados, assentos parlamentares e posições executivas de topo.

Este índice não mede o bem-estar das populações. Assim, um país em que os jovens de ambos os sexos tenham igual acesso  ao ensino superior recebe um valor de 100 nesse indicador, acontecendo o mesmo num país em que rapazes e raparigas são  impedidos de concluir a educação primária. A Oikos – Cooperação e Desenvolvimento, que representa o Social Watch em Portugal, explica, em comunicado de imprensa, que “isto não significa que a qualidade da educação em ambos os casos é a mesma. Apenas estabelece que, em ambos os casos, as raparigas não têm menos acesso à educação que os rapazes”.

O índice integra cinco níveis de classificação: critico, muito baixo, baixo, médio e aceitável. Portugal atingiu um valor “aceitável” na dimensão da educação. Nenhum país no mundo teve 90 pontos ou mais na média final, ou seja, nenhum país atingiu um nível “aceitável”. De 168 países avaliados, República Democrática do Congo, Niger, Chade, Iémen e Afeganistão encontram-se no final da tabela. Conheça o ranking mundial aqui.

Em análise aos resultados, João José Fernandes, director executivo da Oikos, afirmou que“este Índice demonstra que a igualdade de género não está necessariamente dependente da riqueza do país. Portugal, é mais rico do que o Ruanda e mais pobre do que a França, mas tem o mesmo grau de igualdade de género. Nas últimas décadas, o nosso país fez um progresso assinalável na escolarização e educação das mulheres. O desafio é agora o de desenvolver esforços para que um progresso semelhante seja alcançado na dimensão política e económica”.

O Social Watch, com membros espalhados por todo o mundo,  luta pela erradicação da pobreza e das suas causas, pela eliminação da discriminação e racismo e pelos Direitos do Homem.